quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não somos Bandidos, somos Sonhadores

Inaugurando o meu blog, este texto existe para explicar às pessoas de Salvador o que está acontecendo na USP, a partir da perspectiva de uma aluna.


Sobre a Reitoria da USP:
Para os que não sabem, o reitor da USP chama-se João Grandino Rodas. Apesar de ele não ter sido a pessoa eleita para assumir a reitoria da universidade, ele a assumiu por escolha arbitrária do governo, passando por cima de todo o processo de eleição democrática que havia sido feito (e que, convenhamos, já não é tão democrático assim).
Desde que assumiu a reitoria, há muita polêmica em torno do Rodas, por ele ser a favor de algumas medidas esquisitas para a gestão de uma universidade pública (como ser a favor da privatização de algumas coisas dentro da universidade).
Rodas está sendo processado pelo ministério público por crime de corrupção, e já foi considerado pela Faculdade de Direito da USP como 'persona non grata'. Há quem diga, mas não sei quanto à veracidade desses fatos, que ele estava envolvido com o fato de os torturadores de Zuzu Angel terem sido inocentados. Enfim, é este o reitor da maior universidade do país.

Sobre a PM no Campus:
No primeiro semestre desse ano, havia bastante mobilização contra o Rodas, mas aconteceu aquela tragédia na FEA, de um estudante ter sido morto durante uma tentativa de assalto no estacionamento da faculdade. Como medida de solução foi decretada a entrada da PM no campus para solucionar o problema de ausência de segurança da universidade. Isso foi decidido sem muita discussão e sem levar muito em conta a opinião dos alunos acerca da presença de policiais militares em um ambiente universitário.
Não vou negar que no início eu era a favor da PM sim. Eu volto para casa andando, as vezes lá para as 22/23h da noite, e dá muito medo. Eu tinha que escolher entre correr o risco de ir pelo caminho mais escuro que me levaria mais rápido ao ponto do circular, ou ir pelo caminho mais claro, porém mais longo e deserto. Colocando a PM no campus, eu tive a falsa impressão de que eu estaria mais segura ao voltar para casa nesses horários.
Mas ai eu comecei a reparar que eu não via tanta PM assim e que, quando via, era abordando os alunos de forma extremamente violenta.
Só para exemplificar: uma vez eu estava esperando o circular, e eu vi duas motos da PM aparecerem e abordarem um estudante, que estava em uma terceira moto, colocando dois revólveres – um de cada lado – na cabeça dele. Isso, para mim, é forma de abordar bandido/traficante/assassino. Ao meu ver, não é assim que se aborda um estudante que conseguiu entrar na melhor universidade da América Latina.
Na primeira semana de outubro, a vivência da minha faculdade foi arrombada e aparelhos eletrônicos do centro acadêmico e da atlética foram roubados (valores estimados em torno de 10 mil reais). Nessa hora eu me perguntei: onde está a PM que ia trazer segurança? Onde está a tão falada segurança da USP que eu vejo ser propagandeada?
Foi ai que eu comecei a me questionar... Será que o motivo de a PM entrar no campus é unicamente a segurança? Não duvido que o assassinato do menino na FEA tenha sido o fator propulsor do convênio com a polícia militar, mas comecei a achar que talvez o Rodas já quisesse a polícia aqui, para coagir os estudantes que estavam pedindo a sua retirada.
Um dos argumentos para a polícia estar aqui era que a cidade universitária era autônoma, porém não soberana, e não deixava de fazer parte da cidade de São Paulo. Se isso vale para a polícia no campus, porque não vale para a presença da sociedade no campus? Porque os moradores da São Remo – comunidade froteirissa à USP – ainda sofrem preconceito dentro da universidade? Porque é preciso mostrar carteirinha para entra no campus? Porque foi negada a construção de uma estação de metrô dentro da cidade universitária? Se é uma universidade pública, que ela seja pública, e que a sociedade possa desfrutar da USP de verdade, por ser tão dona daquilo ali quanto seus alunos.
Pergunto-me então: Para que PM? Para segurança? Porque não botar mais iluminação no campus? Porque não botar mais circular rodando? Porque não reforçar a guarda universitária? Será mesmo necessária a presença de um orgão como a polícia militar, que é treinada para abordar as pessoas de maneira violenta e truculenta, em um ambiente universitário? Será que é mesmo por segurança que ela está aqui?

Sobre as últimas semanas:
Na quinta-feira, 27/10, alunos foram presos no prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), por estarem usando maconha. Isso gerou uma grande polêmica, alunos entraram em choque com a polícia militar, a mídia fez a festa. A discussão sobre a presença da polícia militar no Campus voltou a ser assunto em diversas faculdades da universidade.
Um grupo específico resolveu ocupar (e não 'invadir', como a mídia faz questão de falar) a reitoria. O motivo que os levou a fazer isso, vale frisar, não foi o incidente com os estudantes presos por usar maconha, este foi o estopim. O motivo era a retirada da polícia militar da cidade universitária. As pessoas que foram para lá não eram maconheiros gap-rayban sem causa, que queriam poder fumar sua maconha, eram pessoas que achavam que a presença da PM era opressora e que, portanto, lutavam por uma USP mais democrática.
Eu, particulamente, fui contra a ocupação da reitoria. Não por achar que os estudantes que estavam lá eram um bando de baderneiros, mas por achar que a atitude foi tomada de maneira radical, sem que toda a USP se mobilizasse, sem que a presença da PM no campus fosse discutida por toda a comunidade universitária, sem representar a vontade dos alunos da universidade.
Muitos ficaram achando que a ocupação da reitoria tinha relação direta com os usuários de maconha que foram presos, e que o que os ocupantes da reitoria reinvidicavam era poder usar drogas em paz, dentro da universidade. Se fosse isso os cartazes estampariam “LEGALIZAÇÃO JÁ!” e não “FORA PM DO CAMPUS”. Repito: o incidente do dia 27 foi o estopim, não o motivo.
Mas não foi essa a ideia que a mídia passou, e vem daí o meu principal motivo por eu ter sido contra a ocupação da reitoria: os alunos estavam dando à mídia mil e um argumentos para enfraquecer o movimento estudantil perante à sociedade. A discussão sobre a presença da polícia militar na universidade, sobre a presença da polícia militar na cidade de São Paulo, sobre a segurança do campus, sobre a postura de Rodas enquanto reitor da USP, todas essas discussões foram ofuscadas por uma mídia que reduziu o movimento estudantil a “estes são estudantes filhinhos de papai, maconheiros, que estão desperdiçando o dinheiro público e fazendo baderna”.

Sobre ontem:
Até ontem, 08/11, eu estava optando por não me envolver na mobilização estudantil, uma vez que eu achava que as coisas não deveriam ser feitas dessa forma, e que nós só estávamos piorando nossa imagem com a mídia, e perdendo o apoio da sociedade.
Ontem, eu tinha prova de Fundamentos da Economia às 8h. Virei a noite estudando, estava meio nervosa. Por conta disso, eu resolvi chegar às 7h para dar uma revisada, ficar tranquila e me acalmar para a avaliação. Quando eu chego na universidade, eu descubro que 400 políciais da tropa de choque, 50 viaturas, 30 membros da cavalaria, o esquadrão anti-bomba e até o COE (Comando de Operações Especiais) estavam lá para retirar os estudantes que haviam ocupado a reitoria (que não chegavam a 100 pessoas). Uma verdadeira operação de guerra, convenhamos.
Durante a desocupação, gás lacrimogênio foi jogado nos corredores do CRUSP (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo), para impedir que os moradores saissem em defesa dos estudantes. Nessa, até a ala de maternidade – onde havia bebês e crianças – foi atingida.
A polícia invadiu o prédio da reitoria, destruiu e revirou os móveis – que, mais tarde, a mídia mostrou como vandalismo e depredação do patrimônio público praticados pelos estudantes – e prendeu 73 estudantes que estavam na ocupação.
Quais as acusações? Desobediência? Ok, eles deveriam ter desocupado o prédio e não fizeram isto, esta acusação faz sentido. Depredação do patrimônio público? Conversável. Não se sabe até que ponto foram os estudantes e até que ponto foi a PM que depredou o prédio da reitoria. Ainda que tenha sido a polícia, na hora da desocupação, os alunos pincharam algumas paredes, o que torna a acusação discutível. Agora eu me questiono o porquê de acusar estes 73 alunos de Formação de Quadrilha e Crime Ideológico. Isso me soa extremamente repressor e hediondo.
Até então, me sentia não envolvida com os acontecimentos. Mas eu não posso ver o que aconteceu nessa manhã e achar que não me diz respeito. Me senti tão violentada quanto os estudantes que foram presos de maneira arbitrária. Os estudantes estavam lutando pelo que eles acreditavam, e lutar não é crime. Unir-se para manifestar-se não é formar uma quadrilha, acreditar em algo diferente da reitoria não é cometer crime ideológico.
Eu escutei de uma jornalista portuguesa ontem, que estava emocionada e horrorizada com a péssima qualidade do jornalismo brasileiro, a seguinte frase “eu conhecia algumas pessoas que foram presas. Eles não eram bandidos, eles eram sonhadores”.
Eu escutei muita coisa chocante nesses últimos dias, mas nenhuma frase me tocou tanto. Ela me mostrou o quanto eu estava desacreditada de mudanças, o quanto eu esqueci o fato de que eu queria ser comprometida com o futuro e com a melhoria do meu país e, pior de tudo, o quanto eu estava acomodada com a situação.
Os estudantes que ocuparam a reitoria podem ter tido uma péssima ideia para manifestar a luta deles, mas eles não deixaram de manifestar. Eles não deixaram de tentar dar voz ao que eles acreditavam, eles não deixaram de sonhar com mudanças. E o que a reitoria fez? Coagiu. O que a mídia fez? Coagiu. O que a sociedade está fazendo? Coagindo. Porque será que, no Brasil, todo questionamento à ordem vigente, toda tentativa de mudanças sofre tanta repressália?
É muito dificil querer mudanças em um país, quando aqueles que querem fazer alguma coisa estão sendo reprimidos por todos os lados, estão sendo taxados de maconheiros e rebeldes sem causa, estão sendo presos por querer exercer seu direito à liberdade de expressão. O que eles disseram deve ter incomodado muito à reitoria da USP e ao governo de São Paulo, para que a opressão tenha sido feita dessa forma tão truculenta, com esse abuso de poder.
Se você fica bem em reclamar de como as coisas estão, sentado no seu computador ou em frente à sua televisão, por favor pare de recriminar aqueles que estão tentando reclamar de outras formas. Parem de chamar eles de maconheiros, baderneiros. Eles não estão sendo criminosos, eles estão sendo criminalizados. O Brasil precisa parar de cercear os seus sonhadores, porque o Brasil precisa de sonhadores se quer mudanças no seu futuro.
Por todos esses motivos, ontem, eu vesti a camisa. E não fui a única, vi muita gente tomando parte da luta. Mesmo sem ter dormido, por causa da prova, às 10h eu estava no ato em frente a reitoria, eu fiz a passeata até a frente do 91° dpto. da polícia militar. Eu voltei para a USP, participei da Assembléia da minha faculdade, participei da Assembléia dos estudantes da USP, cheguei em casa quase às 24h, com o corpo nunca antes tão exausto, mas com a mente nunca antes tão disposta.
Eu quero uma reitoria que foi eleita, eu quero uma segurança que realmente dê segurança aos alunos, eu quero a liberdade dos 73 estudantes, eu quero poder ter liberdade de expressão dentro da minha universidade, eu quero uma universidade mais democrática. E, principalmente, eu quero que o movimento pare de ser taxado como baderna de maconheiro por aqueles que desistiram de tentar fazer a diferença. Não somos bandidos, somos sonhadores. E até podemos ser veleitários, mas antes isso que acomodados.

25 comentários:

  1. que belissimo o seu texto! eh isso ai mesmo! eu acompanhei a cobertura pela folha e fiquei estarrecida com a manipulacao das informacoes.

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  2. Muito bom o texto. Confesso que assim como muitos, havia visto apenas superficialmente as noticias sobre os conflitos entre policiais e estudantes na USP e não compreendia o porque dos estudantes terem tomado uma atitude tão radical como a ocupação da reitoria. A partir do seu depoimento pude perceber um outro ponto de vista dos acontecimentos - que por sinal é muito diferente do que tem sido publicado pela mídia. "Somos responsáveis por aquilo que cativamos", é uma frase clichê, mas que pode ser bem aplicada á sonhadores, pois é de cativar boas mudanças que estamos falando. Espero que outras pessoas possam ler este texto é ter uma ótica diferente do que esta acontecendo aí em São Paulo, pois percebo que não é apenas a USP que tem problemas desse tipo, mas a maioria das universidades públicas, a diferença é que na maioria das vezes nós estudante ficamos apáticos...

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  3. Muito bom é por ai mesmo, essa é uma das formas de se fazer a luta!!!!!!!
    Saudações Soteropolitanas colega

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  4. Muito bom o texto! E serviu pra esclarecer muitas coisas que ficaram no ar... com as noticias dadas pela mídia o Brasil inteiro deveria ler esse texto antes de ficar reproduzindo as coisas vistas na televisão e em algumas revistas tedenciosas. Vou divulgar esse texto para todas as pessoas que conheço! Brigada Sô. Bjs Ray

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  5. Texto excelênte. Para mim foi bastante esclarecedor. Você é firme nas suas palavras. Parabéns!!!!
    Vou divulgar!
    Abraços

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  6. Sofia

    Vivemos um pouco dessa história aqui em Feira de Santana há uns oito anos atrás, porém os estudantes tiveram apoio dos deputados oposicionistas e da Comissão de Direitos humanos que acompanhou todo o processo e o desfecho, ou seja houve negociação... o que, pelo visto não está acontecendo na USP.
    O Reitor não passa de um interventor do governo de São Paulo que tem no poder a 'turma' do passado.
    Avante, companheira!

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  7. Sonhador não precisa respeitar a lei? É um grande equívoco achar que vivemos em outro tempo. Achar que a mídia é responsável pela opinião das pessoas sobre este assunto, subestimando a capacidade de interpretação das mesmas, é um equívoco ainda maior. Equívoco que talvez faça algum sentido se tratando da opinião de uma pessoa que estuda na maior universidade da América Latina, que talvez pense que tem capacidades acima da média. Arrogância tão grande que a faz pensar que não pode ser abordada pela polícia da mesma maneira que o restante da população. Arrogância que faz muitos estudantes pensarem que estão numa redoma de vidro, onde o uso da maconha não deve ser alvo de nenhum tipo de repressão policial. Estudantes da Usp não podem ser reprimidos? Estamos falando de ditadura? Aí é que começa um outro discurso, daquela parcela dos estudantes que faz do movimento estudantil um trampolim político. Embarcar no sonho particular de uma parcela insignificante ("ah, mais é pensante") da sociedade não é um caminho que todos devem fazer, jovem. O "baculejo" da PM, como se diz na Bahia, é democrático... Estudante da USP tem escrito na testa que é honesto? E que não é um criminoso? Ele não deve ser abordado? O grande erro de quem está na universidade (e essa é a opinião de um indivíduo medíocre, pode ignorar) é achar que está numa situação privilegiada e querer construir um mundo particular. Achei um exagero a ação da polícia na USP, mas acho que a força policial se fez necessária para o cumprimento de uma determinação judicial. E a lei que serve para um serve para todos, bebê!

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  8. Diego, como Sofia disse no 9º parágrafo do texto, se a cidade universitária faz parte da cidade de São Paulo assim como qualquer outra região, então não faz sentido restringir a entrada apenas aos estudantes. Se faz parte da cidade, porque não permitir que a população circule pelo campus livremente? Porque não ter uma linha do metrô passando por lá?
    Pode ser pública, mas ainda é uma universidade (e isso não vale apenas porque é a maior da América Latina, mas para qualquer universidade. É uma área acadêmica), e não um simples pedaço da cidade. Deve haver fiscalização? Concordo. Os alunos que estiverem descumprindo a lei merecem ser punidos? Merecem. Mas abordá-los como se fossem marginais sem motivo já é um absurdo.

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  9. Olá Diego dos Santos. Em primeiro lugar, acho importante que pessoas que possuem uma opinião contrária exponham-nas para que surja um debate. É através da discussão que os argumentos se fortalecem. Mas me pergunto como levar a sério um comentário de uma pessoa que julga ele mesmo medíocre?
    Sonhador tanto precisa respeitar a lei, que eu coloquei, em determinado parágrafo do meu texto, que eu concordo sim com a acusação de desobediência, e até posso concordar com a de depredação do patrimônio público - a depender do argumento.
    Quanto ao que você coloca como "equivoco", bom... Você já leu alguma coisa de Adorno? De Horkheimer? Não sou EU, estudante de comunicação, que acha que a mídia de massa é manipuladora. Sou EU, estudante de comunicação, que tem embasamento teorico em pessoas que estudaram isso - reconhecidas no mundo inteiro - e coloca essa opinião aqui. Ingenuidade, para mim, é você achar que a população tem autonomia perante a televisão. Talvez uma porcentagem dela, com acesso a conhecimento e educação de qualidade, o que desperta em cada um um questionamento ao que se coloca na televisão. Não, não tenho a arrogância que tantas pessoas dizem ver nos estudantes da USP. E não vejo essa arrogância em 90% dos meus colegas. O que eu questiono não é se devemos ou não ser submetidos ao tratamento da polícia como qualquer cidadão normal, mas sim se a forma que a polícia aborda as pessoas está correta, e se um ambiente universitário é local de tais práticas. A universidade existe como espaço para debate, livre expressão de opinião, artística, política, ou seja qual for. E a presença da polícia lá, cerceando movimentações estudantis é sim repressora, não por serem estudantes da USP, mas por a USP ser uma universidade, espaco para isso.
    E se você acha que o "baculejo" da polícia militar é democrárico... Bom, talvez você esteja certo sobre sua opinião ser medíocre.

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  10. Victor, concordo que a universidade pública, seja ela a maior ou menor da América Latina, deva ser aberta. Não questionei o argumento do 9ª parágrafo, mas esse papo de que estudantes são abordados como marginais... esse é um problema geral da segurança pública em são paulo e em vários outros estados da federação. não é um problema da usp, que funcione como mais um argumento para ocupação de uma reitoria. Motoristas de ônibus, engenheiros, desempregados e estudantes da USP são abordados desta maneira.

    Entender esse problema como um instrumento de repressão do estado é muita ingenuidade, falta de percepção dos problemas mais gerais da sociedade.

    Sofia, o debate é muito importante sim, mas cheguei a parar de ler seu comentário quando se perguntou como levar a sério a fala de uma pessoa que se julga medíocre... não pode conversar com medíocres ou não lida bem com ironia?

    Depois parei mais um tempinho, e dei muita risada com as citações de Adorno e Horkheimer. Li bastante os textos que te deram embasamento teórico para falar sobre o assunto, mas minhas gargalhadas continuam e não consigo me concentrar em mais nada. Abraço!

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  11. Diego, se seu comentário foi irônico, tem certeza que são os estudantes da USP que são arrogantes?

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  12. Porque você direcionou às pessoas de salvador? Há pessoas, concordando e discordando, de todos os cantos do país ;)

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  13. É MOÇA....FIQUEI MUITO TRISTE E EMOCIONADA COM O SEU BLÍSSIMO TEXTO..INFELIZMENTE NÓS ACADÊMICOS DE UNIVERSIDADES PÚBLICAS SOFREMOS CONSTANTEMENTE UMA FALTA DE DEMOCRACIA A QUAL DEVERIA SER EXEMPLO DENTRO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS....AQUI EM RONDONIA ESTAMOS DE GREVE HÁ 2 MESES, PARA DEFINITIVA SAIDA DO REITOR, JÁ PERDEMOS CONCURSOS, CONTRATO DE FORMATURA E SOFREMOS VIOLÊNCIA TANTO PROFESSORES COMO ALUNOS SENDO REPRIMIDOS..O NOME DO NOSSO MAGNIFICO REITOR,,,JANUÁRIO AMARAL!!! ESTÁ NO PODER HÁ 14 ANOS, ROUBANDO E DESVIANDO O DINHEIRO PÚBLICO, ESTÁ SE DESCOBRINDO A CADA DIA MAIS E MAIS FALCATRUAS VINDOS DAS MÃOS DELE E DE SEUS CUPICHAS E NÓS SEM SALAS, SEM ACERVO BIBLIOGRÁFICO,SEM PROFESSORES, SEM UMA EDUCAÇÃO DIGNA DE SE TER.... E SABE QUAL O PIOR A GLOBO E OUTRAS EMISSORAS NÃO DIVULGAM POR SEREM COMPRADAS OU SEI LÁ O Q...ISSO É MUITO TRISTE E ESTAMOS SOFRENDO TANTO COMO VCS....O MEU SINCERO SENTIMENTOS E EU ENTENDO ESSA LUTA.... SOMOS ETERNOS SONHADORES...SONHADORES POR UMA UNVERSIDADE JUSTA, DEMOCRÁTCA, DE QUALIDADE.......SÓ ISSO É O QUE QUEREMOS

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  14. Olá Rebeca! Eu direcionei a Salvador porque eu sou soteropolitana. Vim da Bahia estudar na USP, e como minha família e amigos são de lá, e vinham me procurar para saber o que estava acontecendo na universidade, eu resolvi escrever um texto para eles, especificamente, para dar meu ponto de vista da situação. Mas eu concordo com você, há gente concordando e discordando em todo o país (:

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  15. Isso é democracia?? Alguns são arrogantes, outros perversos e outros mediocres?Sinceramente... Há pessoas que adoram "interpretar" fatos, contos e/ou histórias do mesmo modo como interpretam suas vidas... Gente! Cada um tem o direito de contar um fato como de fato vivenciou ou vivencia! A luta estudantil é HISTÓRICA! Não queiram achar dos outros o que acha de si mesmo (Indolência,comodismo,inercia, mediocridade...)... Volto a dizer O BRASIL NÃO ESTÁ PREPARADO PARA LEGALIZAR DROGA NENHUMA! Nem antibiótico se vende mais sem receita! O BRASIL (DISCENTE) ESTÁ CANSADO DE REITORES INUTÉIS E CORRUPTOS, acham que sabem gerir jovens sonhadores e que sonham com o FUTURO DO PAÍS E MELHOR! Esses gestores já estão cansados da juventude e querem mais é DEITAR NUM BERÇO ESPLENDIDO sem se esforçar...
    Concordar ou discordar é de fato uma questão de EDUCAÇÃO! E há pessoas que adoram ser do contra, para parecer que sua opnião é melhor. Acho que isso é arrogância, é ou não é? Olha vou logo avisando não me mandem resposta nenhuma, acho uma chatice desfrutar meu tempo discutindo com pessoas que perdem tempo ironizando, criticando, provocando e que não se enxergam! E Sofia, só te peço que seja você, você, você...kkkkkk

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  16. porra, sofia! parabens pelo texto genial!
    extremamente crítico e emocionante ;)

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  17. Parabéns pelo seu texto e, sobretudo, pela sua coragem em expor a realidade sobre o que está acontecendo na USP, Sofia. Sou estudante da Unifesp, e posso dizer que mais triste do que ver a sociedade ver os acontecimentos na TV e tachar esses estudantes de baderneiros e maconheiros são OS PRÓPRIOS ALUNOS da universidade fazerem isso. Em 2008, quando o então reitor da UNIFESP Ulysses Fagundes foi acusado de corrupção e desvio de dinheiro, várias manifestações foram feitas na reitoria (sobretudo pelos alunos dos cursos de Humanas dos campus Diadema e Guarulhos), e tristemente vários alunos da Medicina ajudaram a mídia e a polícia a coagir e reprimir esses alunos. Era muito triste ver gente manifestando, reivindicando seus direitos (afinal, muitos daqueles alunos passaram em uma universidade pública que simplesmente não existia! O reitor desviando dinheiro e muitas salas de alguns campus da UNIFESP nem sequer tinha cadeiras para os estudantes...), acampando em frente à reitoria em pleno inverno e ver estudantes de Medicina - sobretudo os da atlética - jogando água neles e gritando os hinos da faculdade em apoio ao reitor...só porque ele apóia financeiramente a atlética! Algo extremamente infantil, egoísta e, sobretudo, BABACA.
    Penso que a sociedade carece de corajosos...Pessoas que sejam capaz de ir até o fim pelo que acreditam, pessoas que sejam capaz de correr atrás de algo além de dinheiro e fama, pessoas que consigam olhar além do próprio umbigo... e é isso que estou vendo nesses estudantes. Obrigada pelo post e parabéns pela iniciativa!!

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  18. Uma cambada de privilegiados que gostaria muito que pudessem experimentar a vida de um estudante de escola pública. pau neles

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  19. Não pude deixar de notar suas indagações e as idéias bem expostas. Nossa casta carece de boas provocações, ou melhor, “insultos”.
    A televisão está cobrindo essa manifestação desnutrida de ideal dando a total importância desmerecida, embutindo nas cabeças alienadas moralismo prosaico... A questão em si é muito complexa para que esses filhos que tiveram um bom natal, possam enxergar.
    Estão combatendo um reitor gangster e isso é um fato autêntico. Mas de onde vem esse maldito? Ou melhor, quem o fez?
    Ninguém relaciona que passar em um vestibular que semeia os cães que não latem com as sirenes, já é abrir as portas para a corrupção e interesses privados. Os sistemas de aprovação, o dito vestibular já é um terrorismo, “O TERRORISMO DA EXCLUSÃO” o reitor é conseqüência.
    O grande abismo está nessa juventude que combate os efeitos e as causas ficam esquecidas...
    Para haver qualquer mudança é preciso haver ruínas. Desses estudantes podemos esperar uma coisa que Michel Maffesoli chama de “proximidade” eles querem pertencer há um grupo nada mais...
    Prefiro as manifestações que acontecem fora do eixo “produtivo” do país. Gostaria de ouvir na televisão sobre pessoas desafiando a ameaça de pistoleiros a serviço de latrifundiários, manifestantes foram às ruas de Corumbiara para protestar contra a impunidade dos responsáveis pelo massacre da Fazenda Santa Elina...

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  20. Fiz essa compilação com textos/análises sobre a questão "USP":

    Rádio - CBN Noite Total - A ação da Polícia Militar na USP e a questão dos alunos detidos:
    http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-noite-total/2011/11/08/A-ACAO-DA-POLICIA-MILITAR-NA-USP-E-A-QUESTAO-DOS-ALUNOS-DETIDOS.htm

    Invasão da PM na USP teve força desproporcional, afirma juiz:
    http://www.redebrasilatual.com.br/radio/programas/jornal-brasil-atual/acao-da-pm-na-usp-teve-uso-desproporcional-da-forca

    O que o sensacionalismo não explica:
    http://rede.outraspalavras.net/pontodecultura/2011/11/09/o-que-o-sensacionalismo-nao-explica/

    USP - UM DESABAFO:
    http://temalguemaifora.wordpress.com/2011/11/10/usp-um-desabafo/#comment-65

    Esclarecendo o caso USP (pra quem vê de fora):
    https://www.facebook.com/notes/jannerson-xavier/esclarecendo-o-caso-usp-pra-quem-v%C3%AA-de-fora/2459499642739

    A Memória recobra sua história. A Ditadura e seus fósseis vivos. Uma análise dos acontecimentos na USP em 2011:
    https://www.facebook.com/notes/ana-paula-salviatti-bonuccelli/a-mem%C3%B3ria-recobra-sua-hist%C3%B3ria-a-ditadura-e-seus-f%C3%B3sseis-vivos-uma-an%C3%A1lise-dos-a/236858263042000

    Marilena Chauí falando em 2009:
    http://youtu.be/uUgSGS0lUfA

    Aqui o link do Jornal do Campus:
    https://www.facebook.com/jornaldocampus

    A cortina de fumaça da segurança na USP
    http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_noticia.php?codNoticia=9565%2Fa-cortina-de-fumaca-da-seguranca-na-usp

    Aqui a ata da assembléia de ontem:
    http://www.dceusp.org.br/2011/11/ata-da-assembleia-geral-dos-estudantes-de-0811/

    Dossiê Rodas:
    http://universidadeemmovimento.wordpress.com/dossie-rodas/

    Aqui um relato de quem estava ontem na "reintegração de posse":
    https://www.facebook.com/notes/shayene-metri/desabafo-de-quem-tava-l%C3%A1-reintegra%C3%A7%C3%A3o-de-posse/233831886679892

    A face autoritária do reitor da USP:
    http://rede.outraspalavras.net/pontodecultura/2011/11/07/a-face-autoritaria-do-reitor-da-usp/

    O outro lado da USP:
    http://juntos.org.br/2011/11/o-outro-lado-da-usp/

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  21. Campus da USP. Quem ganhou e quem perdeu:
    http://maierovitch.blog.terra.com.br/2011/11/08/campus-da-usp-quem-ganhou-e-quem-perdeu/

    Muito além da polêmica sobre a presença ou não da PM no campus da USP - da arquiteta Raquel Rolnik:
    http://raquelrolnik.wordpress.com/2011/11/04/muito-alem-da-polemica-sobre-a-presenca-ou-nao-da-pm-no-campus-da-usp/

    Blog dos estudantes que ocuparam a reitoria:
    http://ocupauspcontrarepressao.blogspot.com/

    O choque na USP e a militarização de São Paulo:
    http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2011/11/08/o-choque-na-usp-e-a-militarizacao-de-sao-paulo/

    Usp - autonomia seletiva:
    http://blogdojuca.uol.com.br/2011/11/usp-autonomia-seletiva/

    Reitoria promove a militarização para não discutir a USP, dizem manifestantes:
    http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/10/28/reitoria-promove-a-militarizacao-para-nao-discutir-a-usp-dizem-manifestantes/

    Invasão da PM na USP teve força desproporcional, afirma juiz:
    http://www.redebrasilatual.com.br/radio/programas/jornal-brasil-atual/acao-da-pm-na-usp-teve-uso-desproporcional-da-forca

    Marcelo Rubens Paiva - Geração mascarada:
    http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/geracao-mascarada/

    O que aprendi com a desocupação forçada da reitoria da usp:
    https://www.facebook.com/notes/odinn-ogro/o-que-aprendi-com-a-desocupa%C3%A7%C3%A3o-for%C3%A7ada-da-reitoria-da-usp/259338844118467

    Ocupação patética, reação tenebrosa
    http://www.cartacapital.com.br/blog/sociedade/ocupacao-patetica-reacao-tenebrosa/#.Trqz7xHujM0.facebook

    Para os meninos da USP:
    http://medeirosjotabe.blogspot.com/2011/11/para-os-meninos-da-usp.html

    Pra cima, com raiva:
    http://br.noticias.yahoo.com/blogs/ultrapop/pra-cima--com-raiva.html

    Não somos bandidos, somos sonhadores:
    http://meuinfinitoindividual.blogspot.com/2011/11/nao-somos-bandidos-somos-sonhadores.html

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  22. Para se inteirar melhor, leiam a Carta Capital de hoje, domingo. Bom ressaltar que esse reitor é pessoa de José Serra e essa mídia é a mesma que defende os interesses da classe social que agora passa a ser "destratada". Essa é mais uma estrategia da midia golpista, mascarar a situação, desinformar. Se de imediato eles conseguem, a mais longo prazo temos as redes sociais e a criatividade. PARABENS SOFIA

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  23. Sô, incrível o texto! Achei muito bom, estava até com vergonha de perguntar sobre os acontecimentos porque eu sabia que muita gente já deveria estar enchendo seu saco... Adorei, e estou divulgando! Beijo, Nai.

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